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A Queda exibe atmosfera tensa com cenas vertiginosas

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Sob a direção de Scott Mann, ‘A Queda’ exibe o drama vivido por uma jovem inconformada com a perda do marido, porém, tal conflito soa mais como pano de fundo para as sequências vertiginosas no alto de uma torre. Portanto, se a narrativa parece um tanto mecânica no que se refere ao viés dramático da protagonista, a atmosfera de tensão criada é bem-sucedida, especialmente, ao exibir cenas capazes de provocar verdadeira aflição.

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Imagem/ Paris Filmes

Na trama, Becky passa por uma fase de sofrimento devido à morte do marido durante a prática de alpinismo. Com o objetivo de estimular a melhor amiga a vencer esse trauma, Shiloh Hunter propõe uma aventura. Como desafio, subir até o ponto mais alto B-67 TV, uma torre de transmissão antiga com cerca de 600 metros de altura.

Elementos simbólicos em pauta

Em tela, o cineasta retrata o amor da viúva pelo saudoso companheiro através de algumas estratégias usuais, tais como: o destaque dado a aliança e o manuseio da joia em momentos pontuais. Dessa forma, promove uma reiteração de ideias, além de evidenciar as descobertas e transformações da personagem. Não obstante a isso, há um investimento em outras cenas de cunho simbólico de modo a reiterar mensagens de superação ao longo da jornada.

Contudo, tais elementos não soam orgânicos na construção narrativa, parecem apenas ingredientes usados para compor. Nesta linha, as atuações, por vezes, também se dão um tanto fora de tom. Mas, ainda assim, a atriz Virginia Gardner, na pele de Hunter, encontra um meio-termo. Ela oferece um contraponto convincente, mesmo em meio ao clichê do conflito vivido com Becky, protagonista encarnada por Grace Caroline Currey.

Além disso, o cineasta ainda demonstra a relação delicada entre pai e filha. Algo explorado de modo mais breve e pontual. Porém, a figura paterna é encarnada por Jeffrey Dean Morgan. Veterano, o ator ganhou destaque nos últimos anos pela atuação como Negan na famosa série The Walking Dead. No entanto, ele assume um papel pouco participativo e, assim, parece funcionar mais como uma espécie de chamariz para o filme.

Pavor nas alturas: um prato cheio de tensão

Pressupõe-se que o objetivo principal da obra é a experiência perturbadora no ambiente aéreo, sendo assim, é preciso destacar o êxito do cineasta neste âmbito. Portanto, Scott Mann é certeiro ao criar uma atmosfera tensa, capaz de provocar aflição no expectador.

Deste modo, o filme se dá basicamente na torre, em sequências que evocam desconforto. Por conseguinte, a tensão está presente nas diversas tentativas de se escapar daquele situação crítica. São imagens em plongée (visão de cima para baixo) e contra-plongée (olhar de baixo para cima) orquestradas com o intuito de promover uma maior imersão neste universo vertiginoso.

Em suma, a despeito de alguns momentos questionáveis quanto à veracidade, o filme cumpre com a proposta fundamental. Aliás, Scott Mann assina o roteiro junto com Jonathan Frank. Como reflexo da parceria, a dupla exibe ideias curiosas e, assim, consegue manter o interesse de quem assiste ao longa-metragem. Por fim, para quem busca por uma experiência de pavor nas alturas, ‘A Queda’ pode ser uma boa pedida.

 

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