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‘Sob as Escadas de Paris’ retrata outra faceta da cidade luz

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Dirigido por Claus Drexel, ‘Sob as Escadas de Paris’ retrata a relação de afeto entre um menino estrangeiro e uma mulher francesa, esta interpretada pela atriz veterana Catherine Frot. Neste contexto, o longa exibe o cotidiano dos moradores de rua, entre eles, muitos imigrantes. Sob tal perspectiva, o conteúdo é informativo e bem aproveitado pela obra. Em contrapartida, o roteiro opta por deixar algumas situações apenas subentendidas.

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A atriz Catherine Frot em destaque – Imagem/A2 Filmes

Na trama, Christine é uma moradora de rua e vive sob uma ponte em Paris. Durante uma noite fria surge um menino solitário na entrada do abrigo dela. Ele é oriundo de outro país e não fala francês. Diante disso, ela até reluta, mas, por fim, resolve ajudá-lo e segue em busca da mãe dele.

Assim sendo, a luta contra o frio, a solidão marcante, as tentativas de manutenção da higiene e o gosto pela leitura sobre determinado assunto revelam o universo e as características da personagem central. Mas por que ela e tantas outras pessoas se encontram em situação de rua? Ao longo da exibição, além da questão financeira, é possível vislumbrar uma série de circunstâncias capazes de corroborar para tal destino lamentável.

Sob as Escadas de Paris: o lado obscuro da cidade luz

A Paris da Torre Eiffel, cidade sinônimo de beleza, elegância e charme, esta é a imagem propagada por diversas produções cinematográficas. Todavia, não existe perfeição e, assim como outras metrópoles, a capital francesa também apresenta problemas. A obra em questão lança um olhar sobre a população de rua, com ênfase, na realidade enfrentada pelos imigrantes ilegais.

Nesta linha de raciocínio, o longa-metragem apresenta a trajetória de uma criança, interpretada por Mahamadou Yaffa, advinda de Burkina Faso, país africano no qual o francês é o idioma oficial. Todavia, o índice de alfabetismo no país é alto e boa parte da população adota o more como língua nativa. Portanto, muitos deles sequer falam ou entendem o francês. Deste modo, ao exibir a jornada de Christine e Suli, o filme fomenta a reflexão sobre a temática.

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Catherine Frot e Mahamadou Yaffa em cena – Imagem/A2 Filmes

Verossímil e lúdico

Escrito por Olivier Brunhes e pelo diretor Claus Drexel, o roteiro deixa em aberto algumas informações sobre o passado da protagonista. Deste modo, são oferecidos elementos que dão uma ideia do que poderia ter levado esta mulher a viver nas ruas. Mas tal passado não é desenvolvido na trama. Todavia, mesmo com uma pele bem-cuidada, a atriz Catherine Frot convence como uma moradora de rua. Ela desenvolve um trabalho corporal condizente, adota um tempo de pausa e olhares capazes de trazer maior veracidade à personagem.

Não obstante a isso, há espaço para o elemento lúdico, este, inclusive, é incorporado à montagem. Neste sentido, o caleidoscópio utilizado como objeto de cena também funciona como uma experimentação visual, pois tal imagético é trazido para a tela. Desta maneira, o espectador pode ter acesso ao ponto de vista fantasioso e inocente de Suli.

Enfim, o filme aborda um tema espinhoso do modo mais palatável possível e, desta maneira, oferece uma história voltada para toda a família.  Portanto, vale a pena lançar o olhar ‘Sob as Escadas de Paris’ e realizar um exercício de reflexão sobre os rumos da humanidade.

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