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O adeus ao mestre: Hector Babenco sob a perspectiva de Bárbara Paz

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Estreante na direção de um longa-metragem, Bárbara Paz lança um olhar sob o homem que dedicou a vida ao cinema. ‘Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou’ rende tributo ao saudoso cineasta e retrata os últimos momentos dele na luta contra um câncer. Mas isso permeado por diversas reflexões do diretor em uma narrativa marcada por experimentações estéticas.

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Imagem/Imovision

Com 75 minutos de duração, o documentário exibe características peculiares ao circuito arte de cinema. Em preto e branco, o longa propõe um mergulho nas memórias do argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco. Mas isso mesclado a performances e imagens selecionadas de modo a compor uma atmosfera onírica.

Mas além de relembrar obras do diretor, são exibidos trechos de entrevistas concedidas por ele ao longo da vida. Por conseguinte, diversos assuntos são trazidos à tona, tais como a escolha do diretor por fazer filmes no Brasil, a origem judaica e tantas outras reflexões, inclusive, sobre a sociedade.

Paz: arte em foco

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Bárbara Paz em foco – Crédito: Bob Wolfersen

Companheira leal de Babenco, Bárbara Paz tem uma presença forte no doc. Mesmo com longos anos de carreira artística, ela também  age como uma espécie de pupila. Sob a batuta do mestre, ela aprende a manusear a lente da câmera e este é apenas o início do crescente aprendizado dela com esta obra de tom poético.

Portanto, o conteúdo se distancia de uma proposta informativa. Assim como em determinados momentos, as imagens ou mesmo o áudio dos registros mais íntimos entram em contraste com o rigor técnico do acervo audiovisual do cineasta. Porém, tais sequências são primordiais e bem amarradas em uma montagem competente. Além disso, há um cuidado no tratamento das imagens e a estética empregada é inteligente, pois busca integrar todos os elementos.

‘Babenco-Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou’ revela muito do homem, do profissional, mas também é um adeus. Franco, mas ainda assim como em um sonho, no qual o tempo se cristaliza e tudo é possível, o documentário proporciona um providencial acalento diante do inevitável. Vale a pena conferir!

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