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’50 são os novos 30′: comédia de costumes despretensiosa

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Dirigido e protagonizado por Valérie Lemercier, ’50 são os novos 30′ exibe uma história simpática, por vezes, pontuada por situações um tanto forçadas, mas ainda assim, capaz de entreter. A despeito do título pretensioso adaptado para o mercado internacional, esta comédia de costumes não pretende ser um ícone cinematográfico das transformações sociais e culturais da atualidade.

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Lemercier e o ator Patrick Timsit em destaque – Imagem/Cineart Filmes

Na trama, Valérie Lemercie interpreta Marie-Francine, uma mulher na casa dos 50 anos que se vê diante do pedido de divórcio do marido que já mantinha uma relação extraconjugal com uma mulher mais jovem. Em meio a isso, ela se vê sem um lar e como única opção, precisa voltar a morar com os pais, um prato cheio para o acerto de contas e o começo de uma nova história.

A atriz convence e protagoniza bons momentos na pele de uma personagem aparentemente apática, mas ciente de todo o absurdo que a cerca, inclusive, quando passa a ser tratada pelos familiares como uma adolescente. São diversas situações prontas para o humor, especialmente, as que envolvem os patriarcas, um assunto marcado por duras críticas à hipocrisia.

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Os veteranos Hélène Vincent e Philippe Vaudenlauch em cena com Valérie Lemercier – Imagem/Cineart Filmes

Todavia, a narrativa segue por um caminho próximo ao das comédias românticas, inclusive, algumas cenas remetem a outros títulos do gênero, como aquela em que os parentes apresentam os mais diferentes pretendentes à filha. Neste sentido, o filme segue por uma linha mais ‘água com açúcar’, especialmente, quando se dá o romance na vida da protagonista.

Não há problema neste percurso, apenas não soa inventivo, já o tom forçado do roteiro incomoda, algo visível, por exemplo, na ideia de disfarçar um personagem de mulher simplesmente para provocar risos, no destaque dado ao total desconhecimento da personagem central sobre termos atuais, entre outras situações.

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O cigarro eletrônico é menos nocivo, todavia, também contém nicotina  – Imagem/Cineart Filmes

A despeito disso, a ideia de colocar uma cientista no comércio de cigarros eletrônicos é um ponto criativo. Vale também destacar que a obra traz aspectos da cultura portuguesa para a história e apesar de alguns comportamentos parecerem tinta forte, a musicalidade ou o próprio idioma já causam uma sensação convidativa no expectador brasileiro.

hit musical Balancê, sucesso nas vozes de Carmem Miranda e Gal Costa, compõe a trilha que ainda conta com as canções ‘Solidão’ e ‘Vou dar de beber a dor’, ambas interpretadas pela famosa cantora de fado Amália Rodrigues.

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Núcleo do restaurante, no qual se dá a história de um personagem central – Imagem/Cineart Filmes
Título pretensioso para o proposto

‘Marie-Francine’, este é nome original do longa, algo simples e direto, porém, mais condizente com aquilo apresentado, longe de qualquer pretensão icônica do título ’50 são os novos 30′. Sem sombra de dúvidas, algumas das situações exibidas tendem a ser usuais com pessoas mais jovens, ou pelo menos, costumavam ser retratadas no cinema com figuras de tal faixa-etária.

Entretanto, a sociedade está em transformação, a expectativa de vida aumentou, os padrões têm sido questionados e há uma maior inconstância, inclusive, de cunho econômico. Apesar de tais considerações, a trama em si não sugere tanta reflexão e como narrativa cinematográfica, proporciona alguns momentos agradáveis para passar o tempo.

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