O longa ‘Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos’, de João Salaviza e Renée Nader Messora, conquistou nesta sexta-feira, 18 de maio, o prêmio do júri da mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes. A produção narra a história de um jovem do povo Krahô, aldeia indígena localizada em Pedra Branca, no interior do Brasil.
Rodado ao longo de nove meses na aldeia Pedra Branca (Terra Indígena Krahô, no Tocantins), sem equipe técnica e em negativo 16mm, o filme acompanha Ihjãc, um jovem Krahô que, após um encontro com o espírito do seu falecido pai, se vê obrigado a realizar sua festa de fim de luto.
Mobilização em prol da cultura indígena
As filmagens foram precedidas por uma longa relação de Renée com o povo Krahô, que se iniciou em 2009. Desde então, a diretora trabalha com a comunidade, participando na mobilização do coletivo ‘Mentuwajê Guardiões da Cultura’, formado por cinegrafistas e fotógrafos indígenas .
O trabalho do grupo é focado na utilização do audiovisual como instrumento para a autodeterminação e o fortalecimento da identidade cultural. Em 2014, João Salaviza conheceu os Krahô e, juntos durante longas estadias na aldeia, começaram a imaginar o que viria a ser o filme.
‘Chuva é cantoria na Aldeia dos Mortos’ é produzido por Ricardo Alves Jr. e Thiago Macêdo Correia, da Entre Filmes , em coprodução com a portuguesa Karõ Filmes e a Material Bruto, de São Paulo. A produção estreia em circuito nacional no dia 18 de abril de 2019.