Na trama, Rebecca atende ao pedido de ajuda do irmão caçula, mas ao fazer isso ela irá se deparar com lembranças de um passado familiar conturbado e precisará lidar com o desequilíbrio mental da mãe e enfrentar uma entidade monstruosa capaz de exterminar todos ao redor.
Na pele da matriarca, a atriz Maria Belo é até bem aproveitada, já Teresa Palmer como a filha independente não passa a credibilidade exigida pelo papel, neste sentido, a ideia de manter a jovem sempre maquiada e com um visual atraente mesmo em cenas mais tensas não contribui para a veracidade de toda a situação.
Por mais cruel que o comentário pareça, também é perceptível a falta de naturalidade do ator mirim, Gabriel Bateman, em uma performance marcada pelo exagero, além disso, o personagem apresenta uma suposta maturidade bastante conveniente ao roteiro, ou seja, nada soa orgânico.
A dificuldade no equilíbrio das interpretações, a história ávida por atender aos requisitos e códigos típicos do horror, além do compromisso excessivo com uma estética hollywoodiana dificultam o crescimento da trama como um todo e levam a questionamentos sobre a concretude do roteiro de Erick Eisser ou mesmo sobre o papel do diretor na escolha do elenco ou mesmo na orientação deles em cena.
Nesta linha, a trilha musical não contribui e exibe uma melodia bastante típica a filmes de suspense para a televisão, algo dispensável para a proposta narrativa que ganharia ainda mais ao investir nos silêncios ou mesmo em uma trilha ousada e pontual.
Por outro lado, a objetividade empregada também proporciona aspectos positivos e a ideia de já nos primeiros cinco minutos apresentar a entidade monstruosa em ação funciona como um bom gancho a ser explicado ao longo dos 81 minutos de exibição. Destaque para o momento inicial que conta com a participação especial de Lotta Losten, estrela dos principais curtas de Sandberg.
É preciso ser justo, inovar é algo dificílimo, especialmente em produções mainstream, mas vale ressaltar o notório conhecimento e intimidade do cineasta com o horror, algo visível em cenas bem-sucedidas de tensão, pontuadas por alguns sustos típicos, porém eficientes. Outro ponto positivo é o uso do flashback no momento apropriado, porém é a forma como isto se apresenta na tela que o deixa quase fluído.
O filme oferece uma história simples, com argumentos pouco desenvolvidos mas eficientes ao proposto, de qualquer forma, é sempre bom ver um cineasta tão engajado com o gênero alcançar a oportunidade de realizar um longa-metragem, além do mais, orquestrar uma produção de grande estúdio não é algo fácil, outras questões entram em jogo.
Dentro do esperado da cinematografia típica de terror, Quando as luzes se apagam cumpre o objetivo, mas não se destaca, assista sem grandes expectativas.