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(Review) De Harry Potter a Tarzan, David Yates não faz boa transição e exibe filme pouco convincente

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Sob a direção de David Yates, A Lenda de Tarzan exibe narrativa pouco convincente, marcada pelo excesso de computação gráfica de eficiência duvidosa, perceptível na inverossimilhança de várias sequências. Todavia, Alexander Skarsgård na pele de Tarzan e Margot Robbie como Jane dialogam com a proposta mais sensual do filme, apesar disso não ser o suficiente para torná-lo consistente. 
Imagem/Warner Bros. Pictures
Na trama, John Clayton/Tarzan encontra-se civilizado ao lado de Jane em Londres, mas isso logo muda quando ele aceita um convite do governo para contribuir com a investigação de uma suposta escravização do povo congolense. Em meio a isso, algumas cenas que poderiam render belas incursões pela África parecem ter sido substituídas pela ação em estúdio, nem mesmo a iluminação ou os efeitos de pós foram bem-sucedidos o suficiente para compor uma atmosfera mais realista.
 
Entretanto, as imagens panorâmicas funcionam e conseguem trazer uma ambiência ao longa, da mesma forma, a ideia de utilizar o Tarzan como um símbolo de reciprocidade entre nações é plausível, apesar de causar um certo estranhamento à primeira vista. Já a condução do personagem central e da fiel amada segue um caminho típico, aliás, os atores até se esforçam, mas falta direção.
 
Do ponto de vista de marketing, a opção por Alexander Skarsgård e Margot Robbie para encarnar o casal clássico é bem-sucedida, no entanto, tudo parece forçado e mais lembra a estética empregada em comerciais de perfume. A iluminação quente e os closes na bela atriz e no corpo esculpido do ator conversam com a ideia de sensualidade, mas isto pouco acrescenta a história.
 
Mais uma vez na pele do vilão, o talentoso Christoph Waltz acaba agindo no automático e resvala no lugar comum, assim como o veterano Samuel L. Jackson. Aliás, David Yates é reconhecido pelo trabalho de sucesso em quatro títulos da franquia Harry Potter, mas, infelizmente, o mesmo resultado não é obtido nesta nova e audaciosa investida do diretor.
 
Christoph Waltz em cena – Imagem/Warner Bros. Pictures

 

Outro aspecto de destaque está relacionado aos efeitos especiais, principalmente na constituição dos primatas, os animais em nada lembram o grau de realidade adquirido em O Planeta dos Macacos: O confronto (2014), por exemplo. Além disso, boa parte das lutas corporais protagonizadas pelo herói rendem uma sucessão de acrobacias pouquíssimo convincentes, nas quais ele mais parece um X-Men do que o homem comum criado na selva.
 
No mais, A Lenda de Tarzan apresenta uma trilha musical simpática e funcional, a fotografia não é inovadora ou mesmo compõe uma identidade marcante, porém é afável aos olhos. O roteiro poderia ter sido melhor estruturado de acordo com as reais possibilidades da produção, investindo em situações mais elaboradas, os efeitos especiais também poderiam ter sido repensados de forma cautelosa. Enfim, mais uma aventura para o entretenimento do público, um passatempo.

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