Apesar do potencial, a nova leitura de Peter Pan para os cinemas se perde em roteiro repetitivo, cansativo e nem mesmo a ótima atuação de Hugh Jackman como o vilão Barba Negra é o suficiente para disfarçar as experimentações pouco convincentes. Sob a direção de Joe Wright, a ideia de explicar a origem do herói resulta em uma mescla de inovação com o mais velho clichê.
Em um orfanato comandado pela terrível madre Barnabas, Peter vivido por Levi Miller convive em meio a todas as dificuldades provocadas pela segunda guerra mundial. Durante uma noite, ele e os demais garotos serão levados em uma viagem de fantasia e auto-conhecimento pela Terra do Nunca, lugar onde o protagonista irá enfrentar um dos piores piratas dos contos de fadas.
Destaque da trama, Hugh Jackman não desaponta, pelo contrário, apesar do roteiro sofrível e dos diálogos pouco criativos, o vilão interpretado pelo ator é convincente e exige uma dramaticidade quase teatral muito bem capturada pelo veterano que combina sensibilidade e perversidade.
A maquiagem do antagonista é caprichada e mesmo o figurino diferenciado de viés experimental parece casar com o proposto. Da mesma maneira, há sucesso no uso de Smells like teen spirit do Nirvana como canção de fundo para o ambiente espetacularizado, no qual os meninos são escravizados e até condenados a caminhar na prancha do navio ‘voador’.
No entanto, isso não se estende aos demais aspectos do longa, tais como a representação da tribo dos meninos perdidos, marcada pela tradição das habitações e rituais em total desacordo com o design das vestimentas e paleta de cores, mais comuns aos desfiles de carnaval. Neste sentido, nem mesmo a cena poética da viagem além-espaço se encaixa ao contexto, e parece apenas mais um elemento psicodélico incorporado nesta miscelânea cinematográfica.
“Tenha pensamentos felizes”, eis a chave para a força de Peter Pan que seguirá em uma aventura mais preocupada com as reiterações do que com a ação em si, a todo o momento o filme se explica e, por vezes, parece se repetir; seja pelos efeitos de computação gráfica em determinadas cenas ou mesmo pelas falas que reforçam e explicitam a ideia central.
Enquanto as importantes sequências no reino encantado resultam em uma luta quase risível entre o ‘imponente’ menino voador e o arqui-inimigo. No mais, algumas cenas simpáticas e o velho clichê visível na relação quase amorosa entre o ‘capitão’ Gancho de Garrett Hedlund e a guerreira de Rooney Mara, algo que apenas deixa a história mais cansativa e esvazia a importância deles.
Adaptar Peter Pan para o cinema não é algo fácil, porém, a proposta de retratar a origem deste personagem, bem como a escolha do elenco, pareciam indicar um futuro mais promissor. No entanto, o resultado apresentado pelo diretor Joe Wright é, no mínimo, questionável. Ainda assim, os efeitos especiais e o clima de magia podem até cativar o público infantil, mas não espere por grandes voos.
O ator parecia animado sobre seu novo papel. A maquiagem, os figurinos eram muito detalhado. Foi abordagem muito original que deu o conto clássico. O PAN filme eu gostei tanto que eu vou ver, foi uma estreia que me surpreendeu e excedeu as minhas expectativas. Foi trazido de volta para a tela grande com um roteiro original e bem feito, o ritmo do filme é constante e é adequado para pequenos e grandes.