Em uma espécie de prólogo é apresentada a situação do empreiteiro militar vivido por Bradley Cooper que logo na chegada ao Havaí tem o conflito evidenciado, um movimento de câmera ao redor do ator revela o que seria uma nova possibilidade e as lembranças de uma paixão marcante, respectivamente, encarnadas nas atrizes Emma Stone e Rachel McAdams.
No entanto, a rapidez e a intensidade inicial que poderiam ser indícios de uma experimentação não conversam com a sutileza de sentimentos presentes no relacionamento entre o personagem central e a ex-namorada, da mesma forma, o amor repentino dele pela jovem oficial da aeronáutica não convence um olhar mais adulto.
Mas justiça seja feita, os atores têm ótimo desempenho e se perdem mais por conta da direção um tanto dispersa. Aliás, Crowe acerta ao trazer para debate a disputa pelo território espacial, mas a temática é mal explorada e tende a soluções convenientes e pouco críveis, servindo apenas de gancho para a redenção e prova de amor do progonista pela ‘mocinha’.
Algumas sequências merecem destaque, como a forma criativa e até lúdica de comunicação entre os personagens de John Krasinski e Bradley Cooper, este último que poderia ser considerado um rival e entrave no casamento do jovem piloto. A cena final também tem seu mérito e ressalta o talento promissor de Danielle Rose Russell.
De resto, algumas tentativas de humor e simpatia forçada com Bill Murray de figuração de luxo como o empresário excêntrico de caráter duvidoso, Alec Baldwin na pele de um general estressadíssimo porém engraçado e a própria Tracy da atriz Rachel McAdams segue mais como conselheira amorosa do que qualquer outra coisa.
Sob o Mesmo Céu exibe algumas passagens agradáveis e uma atmosfera havaiana que até lembra Os Descendentes de Alexander Payne, mas a referência está muitíssimo distante do que se concretiza nesta produção.