Na trama, Catherine Deneuve interpreta Suzanne Pujol, esposa do tipo ‘bibelô’ (sem ocupação), casada com Robert (Fabrice Luchini), homem intransigente e diretor da fábrica de guarda-chuvas Pujol. Completam a família, o filho com pretensões artísticas, Laurent (Jêrémy Renier) e a filha de caráter duvidoso, Joelle (Judith Grodrèche).
Durante uma greve, os funcionários insatisfeitos com as péssimas condições de trabalho na Pujol, sequestram Robert. A história poderia enveredar para o drama, mas é justamente o contrário, o sequestro é apenas o começo de uma história que promete boas risadas. Diante da situação, madame Pujolt com apoio de um antigo amor Maurice Babin (Gérard Depardieu) assumirá o comando da fábrica, o que ocasionará sérias mudanças na esposa ‘potiche’.
Um aspecto bastante relevante na obra de Ozon é o trabalho de cena com os atores. Sem fazer spoiler, mas o diretor através do posicionamento do elenco durante uma briga familiar consegue estabelecer de modo claro e bem sucedido quem são as forças conservadoras e as progressistas naquele ambiente doméstico.
Revelações (especialmente sobre madame Pujol) feitas no decorrer da trama rendem as mais divertidas piadas e situações. Todo o elenco realiza um trabalho competente, mas vale ressaltar o excelente desempenho de Catherine Deneuve.
A trilha sonora também merece destaque, no longa-metragem estão sucessos dos anos 70, como ‘Emmené-moi Danser Ce Soir’ de Michèlle Tour e ‘More than a Woman’ dos Bee Gees. Mas não espere que os personagens interpretem canções, como no trabalho do diretor de 2002, ‘8 Mulheres’ (8 Femmes). Existe apenas um número musical, mas isto é surpresa.
Vale a pena assistir Potiche e se deliciar com o humor nada conservador, porém refinado de Francois Ozon.