Sob a direção de Alfonso Cuarón, Gravidade alia roteiro e atuação emocionantes a efeitos visuais de contornos hiper-realistas, por meio do uso magistral da tecnologia 3D. O diretor também assina o roteiro, a edição e a produção do longa, protagonizado por uma Sandra Bullock cativante e madura.
Com cenas de beleza incontestável de um espaço sideral recriado pela computação gráfica e pelo uso do 3D atento a dimensão e proporção de forma minuciosa, (arrisco dizer que) Gravidade assume um status de arte a ser contemplada.
Neste sentido, reproduz cenas dignas de 2001: uma odisséia no espaço (1968), como o momento em que Dra. Ryan Stone (Sandra Bullock) fica em posição fetal e parece estar sendo gerida. Mas não basta ser belo e estático como um quadro em exposição, a trama investe em momentos de pura ação, onde os astronautas à deriva buscam a todo custo um modo de sobreviver.
Além do perceptível esforço físico de Sandra Bullock em diversas cenas, a atriz conserva o carisma, mas agora revestido de uma crescente maturidade artística. Sob a direção de Alfonso Cuarón, ela adota um ar sóbrio em uma narrativa pontuada por acentos melodramáticos.
Na pele de Matt Kowalsky, George Clooney é responsável pelos momentos de leveza em uma produção que alia a tecnologia 3D a um roteiro até simples, mas eficiente e cativante.
Efeitos visuais sob a perspectiva de Alfonso Cuarón
Sob a perspectiva deste aparato tecnológico, o espectador parece estar diante de cada destroço perigoso que cruza o caminho dos astronautas, no deslizar do corpo sem o efeito da gravidade ou imerso em uma assustadora infinitude espacial.
Quando Alfonso Cuarón criticou o mau uso do efeito tridimensional na grande maioria dos filmes, muitas questões foram levantadas, uma delas foi a seguinte: Mas quem esse diretor pensa que é para afirmar isso?! Confira Gravidade e você vai entender o que é o bom uso do 3D no cinema.