Que os jogos comecem! A frase dá o tom desta nova releitura de Drácula que transforma o famoso monstro da ficção em herói de uma trama repleta de ação. Mas ao fazer tal escolha, o personagem vivido por Luke Evans perde a proximidade com a narrativa de horror e com um de seus mais populares mitos.
Divulgação/Universal pictures |
Drácula é apresentado como um destemido guerreiro treinado desde a infância sob o rigor do império turco. Após anos de guerra e de volta ao reinado na Transilvânia, ele precisará fazer acordo com um vampiro legendário para tentar salvar o seu reino, sua amada Mina e seu filho.
Com forte referência a palavra ‘jogo’ nos diálogos e ritmo frenético nas cenas de combate fica nítida a proposta do longa. Neste sentido, a ideia da decomposição do vampiro em diversos morcegos é interessante e funcional para este propósito.
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No entanto, nas cenas de embate tem-se a sensação de estar diante de uma partida de videogame, especialmente nas batalhas com grande número de pessoas, seja pelo ângulo de câmera, velocidade ou até mesmo pela exageros nos ‘superpoderes’ do personagem.
“Às vezes o mundo não precisa de um outro herói. Às vezes precisa de um monstro”.
Apesar de frases como esta, dos figurinos imponentes e do poder sobre os seres da noite, é no vampiro interpretado pelo experiente Charles Dance (O Rapto do Menino Dourado) que ficam visíveis traços mais próximos da criatura cruel propagada pela literatura e cinema.
Sob a direção de Gary Shore, Drácula: A História Nunca Contada parece atender a um mercado ávido por aventuras no estilo Jogos Vorazes, onde vida e jogo se misturam, provocando cenas de ação e algumas reflexões.
Mas ao fazer essa escolha perde-se de vista o mito dos cinemas de horror, e tampouco tem êxito numa proposta mais autêntica. De qualquer forma, vale a pena comprar um belo balde de pipoca e conferir o filme que pretende ser o prelúdio de uma possível franquia.
Confira o trailer