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Comoção e violência: ‘Sobrenatural: A Origem’ supera o horror do segundo título

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Sob a direção de Leigh Whannell, este novo capítulo de Sobrenatural exibe uma mescla de comoção e violência, evidentes nos acentos melodramáticos e também nos momentos de tensão e horror intensos. Além de manter a identidade visual e, por conseguinte, o trabalho de som já conhecido da franquia, o diretor (e também roteirista) acerta na concepção da nova criatura monstruosa. 

A trama recua alguns anos no tempo desde os acontecimentos com a família Lambert. Neste período, a médium Elise vivida pela atriz Lin Shaye é procurada por uma jovem desolada com a morte da mãe, vitimada por um câncer. Como todo conselho é pouco, ela é avisada a não tentar contato com o mundo dos mortos.

“Quando você chama por um espírito, todos podem ouvi-la”, tal aviso como toda a atmosfera sombria criada em ambientes como a casa da paranormal dão o tom da narrativa que se mantém fiel às peculiaridades do gênero e da franquia, com o investimento no áudio marcante e na concepção de cenários bastante recorrentes do cotiano mas retratados sob uma atmosfera assustadora.

Neste empenho, o trabalho do experiente Brian Pearson frente a direção de fotografia merece destaque, uma forma comedida de trabalhar a luz porém sem sonegar informação, aspecto evidente no tratamento dado ao quarto da jovem assombrada, ou mesmo na dimensão sobrenatural representada por meio de cômodos e corredores escuros, habitados por entidades estranhas.

Imagem: Sony Pictures
Imagem: Sony Pictures

Local ideal para a aparição da figura vestida de negro (a la Psicose), já conhecida pelo público e da nova entidade aterrorizante, muito bem trabalhada na sua constituição física assim como no som produzido por ela.

São inúmeros momentos de tensão e sustos no termo mais adequado ao cinema de terror. Cena como aquela que resulta no encontro da personagem de Stefanie Scotie com o parasita diabólico, assim como as demais aparições e ataques são impactantes. Uma miscelânea do horror com o melodrama, evidente nas lágrimas da perda dos entes queridos, no sofrimento da paz destruída ou mesmo nas reiterações por fotografias dos amores perdidos.

Não há problema nesta estratégia, mas faria ressalva ao tom um tanto exagerado do ator Desmond Mulroney no primeiro conflito com a filha, algo que parece deslocado de todo o contexto inicial e também para o excesso de reiteração sobre a perda de Elise. Quanto a montagem, apontaria um breve descompasso no confronto físico com a ‘mocinha’ tomada pelo espirito maligno.

Imagem: Sony Pictures

No geral, o elenco cumpre a função, assim como o próprio diretor que também interpreta um dos ‘caça-fantasmas’; os personagens secundários seguem o roteiro típico mas adequado e ainda é possível contar com a participação oportuna de James Wan. Aliás, a inserção destes caçadores no estilo midiático ameaça descambar para a bobagem gratuita mas aos poucos isso é contornado.

Vale ressaltar, o empenho de Leigh Whannell nesta estreia como diretor e também o esmero como criador da história original e roteirista da franquia. ‘Sobrenatural: A Origem’ funciona bem como um prelúdio e cumpre o proposto. Um prato cheio para os aficionados de filmes do gênero, e que venham as demais sequências!

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